21 de setembro de 2009

Ninguém disse que iria ser fácil. É apenas uma questão de tempo... Elizabeth Freitas

13 de setembro de 2009

-Manhã de Outono*

O que você não sabe sobre nós dois

O que contar em uma manhã de outono.

Outono. Ah, as flores de outono. É cedo. Seis e trinta da manhã.
Marcela um dia irá acordar, e nos braços de Felipe irá se jogar.
Mas será que Felipe ainda estará lá ?
Marcela ao certo não saberá, e quando menos esperar, estará perdendo aquele que um dia a mais amou.
Então Marcela irá pensar “O que fazer se ele aqui não está?”.
Ela ao certo não saberá, e em seu rosto ficarão os olhos tristes, que não saberão para onde olhar.
Felipe ainda assim a encontrará, olhará em seus olhos, mas não como olhava a um ano atrás, apaixonado. Dirá a ela que aquele era o maior amor do mundo, que jamais alguém a deu.
Marcela pode até pensar “Se ele me amava como dizia, por que não me esperou?”
Simples. Felipe estava cansado de tentar, de cantar a ela suas canções mais belas e verdadeiras, de fazê-la sorrir quando ela só o fazia chorar por dentro.
Ele logo soltou um suspiro, um suspiro de indecisão, e ao mesmo tempo de raiva por
tê-lo feito de bobo por várias vezes, de ter dito que o amava da boca pra fora,
e o feito acreditar que logo deixaria o outro, com quem ela dividia seu amor,
para em seu colo ficar.
Marcela então reconhece seus erros, e tenta se desculpar. Ela pega em suas mãos,
- e que mãos - ela pensou. Eram as mãos mais frias em que ela já havia tocado.
O gelo das mãos de Felipe tentavam esfriar o coração do mesmo, e aos poucos parecia o afastar de Marcela,
com batimentos fracos no coração. O amor de Felipe acabara de morrer por Marcela.
Não se ouvia mais suspiros, seus olhos haviam se fechado. Era como se Felipe não vivesse mais.
Marcela não podia, não queria que ele morresse assim, diante dos seus pés.
Ela não podia deixar isso acontecer. “Aquele dia não poderia ser tarde demais para amar, poderia?”.
Marcela colocou sua mão quente sobre o peito de Felipe, e recitou todos os seus sentimentos,
chorando desesperadamente, procurando uma solução. Suas lágrimas, ah, suas lágrimas, elas foram absorvidas pela pele
de Felipe, e foram guiadas até o seu coração por uma força chamada amor.
Aos poucos Felipe revidou, e um sorriso no seu rosto apareceu. Seus olhos se abriram,
suas mãos esquentaram. Sim, Felipe vivia ali. Ele queria viver para ela novamente.
Mas as flores daquele outono pareciam não florescer mais. Murcharam novamente.
Felipe…
(por Elizabeth Freitas)